Mudança de vida

 
Até os meus 28 anos morei em uma mesma cidade. Sempre morei na mesma casa, passava pelas mesmas ruas, conhecia cada cruzamento e percebia quando algo mudava de lugar. As lojas que trocavam a pintura ou mudavam de endereço. Praças abandonadas ou novos empreendimentos. Alguns chegavam outros iam embora. Eu sempre continuei ali, debaixo da asa de proteção chamada família.

Esses dias estava sentada em um parque e fiquei pensando sobre as voltas que o mundo dá. Quando menor, sempre me imaginei morando em outra cidade. Talvez inspirada pelo meu avô que saiu da Bahia e construiu uma vida nova em um estado diferente. Não que a minha vida tivesse sido ruim e eu precisasse de uma nova oportunidade. Era um simples e puro desejo de viver algo diferente.

E cá estou... Quatro anos depois na terceira cidade, recém descansada de mais uma mudança de casa. Apesar do transtorno dos fretes e arrumações, mudar de cidade é algo que recomendo a todos. Pelo menos, uma vez na vida. 

Recomeçar em um lugar novo amplia o senso de responsabilidade e independência. Como diz o ditado, "é onde o filho chora e a mãe não vê", já que longe de tudo e de todos a resolução de conflitos e problemas depende apenas de ti. Um lembrete de que a vida adulta chegou e nela não cabe a zona de conforto.



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