Saber perder

 

 


Muitas vezes tentamos minimizar nossas derrotas na vida. 

" - Não era pra ser". " - Deus quis assim". "- Tive um imprevisto". 

Tudo para que o processo da perda seja menos agressivo. No fundo, apesar das maquiagens que tentam - sem sucesso - disfarçar, a dor da derrota segue ali pulsando no íntimo lembrando que você não foi capaz. 

E quando digo derrotas, não incluo processos que independam de nós. Claro! Forças externas podem contribuir para o insucesso de uma tentativa.

Também considero que haja situações que realmente não são da vontade de Deus, que por mais que se esforce, não dão certo.

Mas será que não colocamos demais a culpa em Deus por um fracasso nosso? 

 A falta de disciplina e dedicação se transformam em um discurso religioso de vontade divina soberana que, por vezes, nada tem a ver com a nossa falta de responsabilidade.

Quando tiramos Deus da jogada, só sobra o nosso erro e se autorresponsabilizar é extremamente dificultoso.

O fracasso é doloroso, ainda mais quando a preparação é intensa. Intensa, mas insuficiente.

Ele machuca, sufoca o peito, provoca falta de ar, reduz a autoestima e traz uma série de situações condicionais: "E se tivesse feito diferente?"

Essa incerteza de um possível resultado positivo maltrata ao vermos a esperança escorrendo entre os dedos como se nunca mais fôssemos conseguir nada.

É preciso saber perder. Reconhecer seu próprio erro pode ser um desafio, mas é libertador. 

E nesse processo é importante se cercar de pessoas que te auxiliem a encontrar um novo caminho, não que te ajudem a se martirizar. 

Precisamos de pessoas com o pé no chão, quando ficamos nas nuvens. Alguém para te puxar de volta até que recobre os sentidos. Alguém que te faça enxergar outro plano, em que não cometa os mesmos erros do primeiro.

Fracassar é difícil, mas se vitimizar só te fará andar em círculos... um ciclo sem fim de culpar a vida por tudo o que não dá certo, ao invés de aprender com os erros e tentar algo inesperado e diferente. 


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