Horizonte entre linhas

 


 

As longas linhas dançam à beira da estrada, ora perto do céu, ora perto do chão.
Às vezes querem se encostar na imensidão verde da plantação que traz tantas riquezas ao país.
Às vezes querem se encostar na imensidão azul e branca, por ora alaranjada, que traz tanta paz aos viajantes. 
E nessa longa estrada praticamente retilínea, as longas linhas acompanham o percurso de quem vem e quem vai. Ali, paradas, quietas, bailando sem sair do lugar.
Quantos olhos já as admiraram? Quantos olhos já passaram por elas, fechados curtindo o sono ao invés da paisagem?
Quantas mentes já viajaram se perguntando sobre sua potência e suas estruturas? Ou, às vezes, apenas olhavam para elas enquanto questionavam sobre a própria vida?
Questionamentos ainda mais presentes nesse fechamento de ciclo. Aliás, hoje as linhas acompanham meu percurso para mais um Ano Novo. 
Elas devem ter cumprido seu papel nestes mais de 300 dias. Mas, e eu? Será que dei conta de tudo? Afinal, do que importa? Se a vida, assim como a linha, continua ora lá em cima, ora lá embaixo! O importante é não ser interrompida.
A questão é seguir com fé de que aquilo que ficou para trás, talvez consiga ser resolvido. Embora, também possa ser esquecido para dar lugar a projetos novos. Ano novo, vida nova.
Ah, a estrada e seu tempo precioso de reflexão! Tempo suficiente para admirarmos meras linhas de alta tensão que ora sobem ao céu... ora descem ao chão.
A viagem continua... Rumo a 2024!
Feliz Ano Novo 🥂

Comentários