Na tarde do último feriado me propus a assistir a um filme e o título “Meu Pai” me chamou a atenção na Netflix. Filme que descobriria mais tarde ser ganhador de duas estatuetas do Oscar, há dois anos. O longa é protagonizado por ninguém menos do que Sir Anthony Hopkins, o inglês octagenário que, inclusive, trouxe um desses prêmios: o de melhor ator por esta atuação.
O filme traz a história de Anthony, idoso que sofre com demência e confunde rostos, nomes, lugares e acontecimentos. Ora está em seu apartamento, ora descobre que é o apartamento da filha Anne, interpretada por outra grande artista, Olivia Colman.
Às vezes, se pega admirando o quadro pintado por Lucy, sua caçula. E sem se lembrar que ela havia morrido em um acidente, enxerga seu rosto em uma cuidadora de idosos, como se fosse a própria.
Além do tema, hipersensível que nos atira a atenção sobre o funcionamento da mente humana debilitada, é assistir por 1h30 a uma narrativa toda contada pela memória do protagonista que sofre com demência. O que nos faz duvidar, assim como o narrador, do que seria real e do que seria imaginado.
Afinal, qual é o verdadeiro rosto da filha mais velha? Ela vai mesmo para Paris? Quem era o homem que estava com ela aqui? Onde está a filha caçula e porque ela não o visita mais? Onde foi parar o relógio?
São tantas as indagações e confusões de Anthony e tanto sofrimento de sua filha, Anne, que não há como não se emocionar vendo a dor dos dois lados: o idoso que ainda imagina ser totalmente saudável e a família que espera conseguir uma melhor qualidade de vida para seu ente querido.
Os créditos subiram em meio às lágrimas minhas e de Anthony que diante de tamanha confusão mental, clamou por sua mãe e trouxe a reflexão do quão frágeis nos tornamos ao envelhecer.
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