À espera do pós-pandemia

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Imagino que a pandemia seja mais fácil de ser abordada daqui há alguns anos, quando for um capítulo de um livro de história. Porque vivê-la - convenhamos - é difícil para qualquer pessoa que reconheça a gravidade da situação.

São amigos que pegaram a doença, passaram maus bocados em hospitais e ficaram com sequelas. Outros perderam familiares saudáveis. São idosos que vivem trancados em casa e grávidas que carregam medo por si e pela criança prestes a nascer.

Ansiedade e estresse estão lá em cima. Pavor ao fazer simples compras de supermercado, pavor da alta dos preços, pavor da incerteza da economia. Incerteza de um futuro que antes parecia ser mais ‘planejável’.

A pandemia deve ser mais fácil de ser abordada quando estiver escrita em um livro de história. Assim como tantos períodos de tensão que aprendemos quando éramos alunos. Guerras, manifestações, fomes e pestes que pensávamos ser coisa do passado, estar muito distantes e que agora os tempos eram outros.

São pessoas que oram à porta de hospitais, outras buscam socorro na meditação. Algumas caminham pelas ruas solitárias ao amanhecer. Igrejas sem reuniões com poucos bancos ocupados, casas cheias de gente e discussão.

Gente que acha que tudo é bobagem. Gente que cai em pranto sem ver solução. Gente que defende a vacina, gente que pensa que ela é coisa do cão.

A pandemia será mais fácil de ser abordada quando fizer parte do passado. Pensamos que um ano depois, ela já seria. Por enquanto, só aumento de casos, de mortes, de restrições, de protestos e de divergências que, um dia, estarão resumidos a folhas de papel em livros encadernados ou páginas em e-books.

Até que esse dia chegue, o que cabe a nós é manter a fé mesmo em meio ao caos, agarrar em Deus com todas as forças. Afinal, ele é o único capaz de nos segurar. E vai dar tudo certo, não porque não enxergamos a tempestade, mas porque não estamos sozinhos nela.

Cuidem-se!

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