Cada um com sua quarentena particular


Hoje, logo cedo, tomei duas decisões importantes. A primeira foi retomar a corrida, mesmo no quintal, após semanas sem atividade física. A segunda foi fazer isso enquanto escutava o podcast da Renata Lo Prete, acerca da relação entre Estados Unidos e China no mundo pós-pandemia. Estou há tanto tempo indo só para o mercado, banco e lotérica que imaginar um mundo depois disso tudo me chamou a atenção.

Cheguei a conclusão que nem o embaixador do Brasil em Washington nem a pesquisadora sênior em Pequim, entrevistados desta edição, conseguiram apresentar opiniões consistentes nesse turbilhão de acontecimentos, que ninguém sabe pra onde caminhar ou o que pensar. Realmente é complicado analisar um período histórico, estando bem no meio dele. Se especialistas não conseguem chegar a um parecer, quem somos nós na fila do pão? Talvez daqui alguns anos possamos olhar com mais calma, cada decisão tomada e veremos se optamos pelo lado "certo", se é que ele existe.

Afinal, o vírus foi realmente criado em laboratório pela China, para que ela pudesse dominar o mundo economicamente? Os Estados Unidos estavam certos em suspender as verbas à Organização Mundial da Saúde? Os países acertaram ao defender o lockdown mesmo afetando drasticamente a economia? 

Com certeza, os nossos filhos saberão melhor essa resposta do que nós. Por enquanto somente posso afirmar que no Brasil, majoritariamente quem é contra o Bolsonaro, não quer defender o uso da Cloroquina. Quem é a favor, quer medidas mais brandas de distanciamento social. É como se o vírus fosse o coadjuvante em meio a uma "pandemia política". Entre apoiadores e inimigos, a maior dificuldade é dar o braço a torcer politicamente, do que pensar no que será melhor para a sociedade.

Será que estamos lutando contra um inimigo em comum ou será que cada um tem um inimigo próprio? 

Terminei os 2 km propostos, imaginando se todo o esforço em correr no quintal de casa seria realmente necessário ou se era em vão, já que centenas de pessoas continuam suas vidas normalmente indo a casas de amigos, a cachoeiras, se abraçando etc. 

É claro que outras centenas de pessoas enclausuradas dentro de casa podem ter algum dia se perguntado a mesma coisa: Será que é demais ficar totalmente isolado? Será que eu estarei protegido com uma máscara? Será que é possível retomar as atividades sem prejuízos à saúde? 

Pelo visto, não são só os Estados Unidos e a China que estão agindo sem rumo. Cada um tem acreditado no que lhe convém, no que acha certo, e cada um pra um lado, a vida vai seguindo... #EmCasa ou não.

Comentários

  1. Incrível, como um amigo disse após a corrida que fizemos no fim de tarde, "é muito cansativo participar de um momento histórico", acho que ele estava citando alguém, mas me intriguei com a frase.

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