Experimentando o gás lacrimogênio
Acostumada às manifestações sindicais no Brasil, os gilets jaunes eram diferente pra mim. Em toda a França, em inúmeras cidades, pessoas de diversas profissões estavam unidas contra o aumento dos impostos e principalmente contra a alta no preço dos combustíveis, sem que precisassem ser convocadas ou convencidas por um sindicato.
Apesar da boa causa, os protestos também trouxeram cifras negativas. Desde o final de 2018, 11 pessoas morreram devido as manifestações e inúmeros estabelecimentos comerciais foram depredados. O jornal Le Figaro estima prejuízo de 1,5 milhão de euros somente em Paris.
Em Toulouse, muitas bombas de gás lacrimogênio já foram lançadas em conflitos, inclusive me possibilitando essa ardente experiência. E, talvez devido a violência decorrente de grupos infiltrados, talvez pela continuidade do movimento, ele começa a perder a força, pelo menos no sul da França.
Realizado religiosamente todos os sábados há 15 semanas, o número de participantes no último ato já representa a metade dos manifestantes do protesto anterior. Alguma liberdade a mais para o governo respirar, mas não em uma situação confortável. A aprovação de Emmanuel Macron em janeiro melhorou em relação ao ano passado, devido a algumas concessões às demandas, mas ainda é de 28%.
O 16º ato já está marcado para o próximo sábado. Mais um fim de semana de cálculos sobre o melhor horário para sair de casa e de análises sobre a visão tupiniquim, de que a Europa seja o sonho de consumo, sem problemas nem crises. Quem dera!
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