Curtindo 'bons ares' na Argentina - 1ª parte

Com o desafio de conhecer o exterior, dominando o básico do espanhol e com um orçamento pouco extenso, meu amigo e publicitário Clóvis Amorim Neto se propôs a trocar Cuiabá por Buenos Aires durante sete dias e o mais bacana: sozinho. Em sua primeira viagem fora do país, passou alguns perrengues, mas felizmente saiu bem de todos.

Para quem pretende se aventurar por aí também, ele conta um pouco mais sobre essa experiência incrível, em que trouxe muita coisa na bagagem (a melhor delas Alfajor, claro).

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Março de 2016. Resolvi montar o meu roteiro de férias. Vinte dias é muito tempo para ficar em casa sem fazer nada então decidi viajar. Mas pra onde? Pesquisei no Google e descobri o site Mochileiros.com que tem como objetivo a troca de dicas e informações para você organizar a sua viagem de forma independente e econômica. Planejei alguns roteiros pelo Brasil, mas não fiquei empolgado com nenhum. Por lá, descobri vários grupos de viajantes que procuravam cias para viajar e um deles se preparava para conhecer Buenos Aires em julho. Uns chegando no início, outros pelo fim do mês. Gente que ia pra ficar 5 dias, 10 dias, 20 dias...

Horas e horas (dias e dias, na verdade!) de pesquisa pela internet deixei o meu roteiro prontinho uma semana antes de viajar. Hahaha. Graças ao grupo dos mochileiros – no Whatsapp – conheci algumas pessoas que estariam por lá no mesmo período e na pior das hipóteses eu teria pra quem pedir um help, digo una ayuda.

Decidi as datas, comprei as passagens. E agora?




Obelisco 

Dia 17 de julho de 2016, depois de dois dias gastando o protetor solar e andando (muito!) pelo Rio de Janeiro, aterrissei na Argentina. Primeira vez no exterior, sozinho e apenas com o espanhol básico. Animação e ansiedade a mil!

Chegando ao Aeroporto Ministro Pistarini (Ezeiza) – o mais distante do centro da cidade – enfrentei a imigração, que possui filas exclusivas para quem é do Mercosul. Os procedimentos são bem simples e respondi somente perguntas básicas como: quantos dias e onde eu ficaria, em qual hotel ficaria hospedado, qual o voo de volta para o Brasil, etc.

Para chegar até o hostel, comprei uma passagem, no próprio aeroporto, de ônibus executivo (Tienda León) que custou 170 pesos. Cheguei ao terminal da empresa em Puerto Madero (ponto final) já era noite e fui a pé até o hostel. Após trinta minutos de caminhada no frio e admirando a Avenida 9 de Julio, cheguei ao Milhouse Hostel Avenue. Se você quer treinar o seu espanhol e inglês, vá para outro lugar. Se você quer paz e tranquilidade, vá para outro lugar. Por que? Esse hostel é lotado (lotado mesmo!) de brasileiros e tem festas quase todos os dias.

Bateria fraca. Conecte o carregador!

Passei a primeira noite no quarto do hostel mesmo. O ambiente não é ruim não, mas se comparado ao hostel do Brasil, aqui é mais confortável. No primeiro dia de verdade em Buenos Aires fui direto conhecer alguns pontos turísticos, aqueles que todo o turista tem que conhecer: Casa Rosada, Catedral Metropolitana e Obelisco.



Não fiz a visita guiada, mas é recomendadíssima! 



Catedral Metropolitana Papa Franscisco: Jesus me protege por aqui, pelo amor de Deus! 

Adivinha o que aconteceu em meu primeiro dia SOZINHO em Buenos Aires? Meu carregador de celular pifou! Lá vai eu (e meu espanhol básico) comprar um cabo novo. Andei pela Calle Florida atrás do “bendito” e, após um tempinho de caminhada, encontrei um cabo com o preço camarada. (Obs.: Na 25 de março é mais em conta, sério!). 20% da bateria: resolvi voltar para o hostel e carregar meu celular um pouquinho.

Adivinha o que MAIS aconteceu em meu primeiro dia SOZINHO em Buenos Aires? O carregador de celular “novo” não adiantou! Fiz um teste com o plugue de outro celular e percebi que o problema não era o cabo. Lá vai eu de novo (com meu espanhol básico) comprar outro plugue. Mais uma voltinha pela Calle Florida atrás do “abençoado” e, após mais um tempinho de caminhada, encontrei o plugue com o preço legal. Finalmente consegui carregar a bateria do meu celular que já estava em 8%.




“bendito” e “abençoado” juntos 


Sozinho, à noite, fui conhecer o Puerto Madero. Não me lembro qual a temperatura no momento, mas para um cuiabano estava MUITO FRIO, mesmo! Na volta para o hostel, passei pelo Centro Cultural Kirchner e vi que ele bonitinho e bem iluminado, mas não entrei.




Fachada Centro Cultural Kirchner 



Maestro de tango argentino


No dia seguinte, mais uma caminhada pelos principais pontos turísticos: Congresso Nacional e Livraria El Ateneo Grand Splendid.





Congresso Nacional 



El Ateneo Grand Splendid

Voltei para o hostel no final da tarde. O ‘Bendito’ e o ‘Abençoado’ esperavam o meu celular que já pedia ayuda



Por aqui também tem um #ForaTemer, básico. 



No bar do hostel à noite, eu, os amigos brasileiros e mais dois ingleses estávamos batendo “altos papos”. Mentira! Eu tentava entender o que eles falavam enquanto eu comia meu sanduiche. De repente, fomos convidados (convocados, na verdade) por um casal a participar de uma aula de tango. Sério! Eu e uma inglesa dançando tango pela primeira vez. Apesar do idioma, tudo aconteceu com tranquilidade e aprendemos fácil. Infelizmente para vocês (felizmente para mim) não há registros históricos dessa aula!

Depois de muitos pisões nos pés, curtimos o esquenta da balada no hostel que vai até as 02h. Eu fiquei só no esquenta mesmo. Por lá, tudo acontece mais tarde (o almoço, a balada), bem depois do horário que os brasileiros estão acostumados. Almoçar às 14h, ir para o esquenta da festa à 01h e só ir pra boate às 03h? Tudo normal!

“Iarnuou”: Noite do karaokê

Dia 20 de julho, pela manhã, mais um dia de conhecer pontos turísticos da cidade: Teatro Colón, Cemitério da Recoleta e Floralis Generica. Por incrível que pareça o melhor passeio do dia foi no cemitério. Lugar que mais parecia um parque.


Cemitério da Recoleta 



Floralis Generica


Eu e mais cinco brasileiros participamos da noite do karaokê. Os brasileiros dominaram a brincadeira. Eu não nasci pra cantar, por isso nem me arrisquei. A balada, mais uma vez, foi no hostel mesmo. Sertanejo e funk brasileiro estavam na playlist do dj que animou os hóspedes até às 02h. 



A viagem continuará no próximo post...


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