Oi! Vamos adotar o Jakobson?



A comunicação é realmente algo muito complicado. Roman Jakobson já nos norteava no século XX, sobre o modo de funcionamento de toda essa máquina. Para que uma mensagem fosse transmitida, o pensador russo acreditava que diversos elementos deveriam estar interligados. Um emissor destinaria uma mensagem a um receptor, que a receberia por meio de um canal, mas a compreensão somente seria possível se ambos estivessem sob um mesmo contexto e se comunicassem pelo mesmo código.

Baseando nesse esquema, Jakobson se estendeu para um estudo sobre as funções da linguagem, muito estudadas nos cursos de humanas, pelo menos nos dois que tive contato próximo, que é comunicação e letras. Cada um dos fatores do modelo de comunicação deu origem a uma função da linguagem, que ao todo são seis: fática, conativa, referencial, poética, emotiva e metalinguística.

Explicando beeem brevemente, a fática corresponde ao contato inicial, a conativa é um dos recursos mais utilizados em publicidade (o clichê Beba Coca-Cola), a referencial é baseada no receptor e muito utilizada em textos jornalísticos, a emotiva exprime as emoções do emissor, a metalinguística explica a própria linguagem e a poética é uma mistura de elementos, que pretendem dar vida e ritmo ao texto.

Explicar sobre Jakobson tem um motivo e espero que mesmo a galera de exatas ainda esteja lendo o texto...

Enfim, quem é de humanas sabe que Jakobson é apenas um dos tantos teóricos que se propôs a tentar decifrar a comunicação humana. E apesar de tantos trabalhos, tem muito esquema de Jakobson furado por aí. Tem muito casal se matando por não estar falando o mesmo código. Muito emissor que quer passar a mensagem por um canal diferente, às vezes, o problema é no receptor que analisa o conteúdo em outro contexto.

Talvez se todos usássemos o esquema de Jakobson, não haveria tantos crimes passionais, ou mortes por motivos torpes no trânsito, guerras civis no Oriente Médio, desentendimentos em família, com vizinhos ou colegas. 

Em teoria da comunicação, a função conativa, como mencionada anteriormente é usada em publicidade, para convencer o espectador a comprar algo. Tem uma galera usando essa autoridade toda na família. Ou seja, usando uma mensagem que o receptor entenda em outro contexto. Se os relacionamentos se baseassem mais nas funções poética, referencial ou emotiva, haveria menos divergências e ambiguidades.

Talvez uma boa dica para começar uma conversa seja fazer um check-list dos itens de Jakobson: Canal? Ok! Mensagem? Ok? Código? Ok? Contexto? Ok? Emissor? Ok? Receptor? Ok?

(Ativar Função Fática)

Oi! Vamos conversar?

Enquanto isso permanecemos cantando e profetizando Matisyahu, para que as guerras acabem. 'One day', quem sabe?


"Porque por toda minha vida eu esperei
Estive orando para as pessoas dizerem
Que nós não queremos mais nenhuma luta.
Não haverá mais guerras
E as nossas crianças vão brincar
Um dia
Um dia isso tudo vai mudar
Tratar as pessoas iguais
Parar com a violência
Acabar com o ódio
Um dia todo nós estaremos livres
E vamos nos orgulhar de estarmos
Sob o mesmo sol
Cantando canções de liberdade
Um dia"



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