É um longa metragem que conta a história
de Val, nordestina que trabalha como empregada doméstica em São Paulo, e por
precisar do dinheiro para sustentar a filha no Nordeste, fica anos sem vê-la,
até que um dia a garota se muda para a mesma cidade que a mãe, para prestar o
vestibular.
A mãe submissa não se senta à mesa com os
patrões, não toma o sorvete do herdeiro da casa, nem jamais entrou na piscina
da mansão. Diferente da filha, que logo ao chegar, troca o quartinho dos fundos
de empregada, pela suíte de hóspedes da casa principal, fazendo refeições na
sala de jantar e sendo servida pela dona da casa, que se mostra nem um pouco
confortável.
E a pergunta que foi crucial para que eu
considerasse o filme como um bom retrato da realidade foi feita pela jovem
nordestina. Afinal, onde aprendemos todas essas regras de relação
patrão-empregado? “Está escrito em algum livro?”
Não
precisamos estudar para saber que em um ambiente de trabalho há certas
situações que estão escritas em contrato e outras que estão no subconsciente. Não se trabalha com roupas curtas nem
transparentes. No ambiente de trabalho nada de excesso em maquiagem, nem de muita conversa.
Nesse quesito, outro filme que aborda a questão é "Histórias Cruzadas", que rendeu um oscar de melhor atriz coadjuvante pra Viola Davis (maravilhosa). Afinal, há certos limites entre um patrão e uma empregada e se analisar essas duas produções, a essência da exploração continua a mesma, apesar das épocas retratadas serem distintas.
Para fechar o filme com chave de ouro, o longa representa a ascensão da classe baixa, por meio do esforço e dos estudos e o quanto tal espaço conquistado incomoda a burguesia. Parecem histórias reais do dia a dia, mas é um longa metragem, diria que um filme que ultrapassa a dimensão da tela.
Texto de 20 de outubro de 2015.
Texto de 20 de outubro de 2015.
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