Todos já devem ter ouvido a frase
“Se quiser uma mudança no mundo, então comece por você”, ou algumas parecidas com essa, vindas de Platão, John Kennedy, Fernando Pessoa, Charles Chaplin, Bob Marley, et al. Mais clichê que isso,
impossível. A maioria das pessoas compartilha tal ideia, mas dificilmente
ultrapassa esse limite. Amélie Poulain não se encaixa nessa definição.
Certa vez uma amiga sentada ao
piano disse que tocaria “La Valse D’Amélie”, trilha sonora do Filme “O Fabuloso
Destino de Amélie Poulain”. Achei a melodia fantástica, mas não conhecia aquele
filme e não sabia em que contexto essa música poderia servir como plano de
fundo para uma história.
Na semana passada, me propus a
assistir mais um filme em francês e o primeiro que surgiu na tela foi o tão
famoso e aclamado. Apesar de contrariar muita gente, eu gosto do cinema
francês, dos atores e atrizes (que são praticamente os mesmos em todos os
filmes), do drama, da trama, das fotografias, enfim...
Foram duas horas entretida com o
longa metragem e quando acabou, fiquei me perguntando, “Por que eu não tinha
assistido a esse filme antes?” Datando de 2002, e apesar de parecer uma data
próxima, o longa tem 14 anos e é atualíssimo.
Em linhas gerais, Amélie é uma
jovem do subúrbio francês que perde a mãe quando criança e ao crescer se muda
para o bairro de Montmartre em Paris. No dia em que a Princesa Diana morre no
acidente de carro, Amélie encontra uma caixa com diversos objetos de um antigo
morador do apartamento, que morou ali provavelmente quando era adolescente.
Ela faz de tudo para localizar o
dono daquele tesouro e finalmente o encontra. Consegue direcioná-lo à caixa,
sem que ele perceba a responsável por esse encontro. E descobre que tais objetos suscitaram naquele homem, um
desejo por consertar algumas intrigas do passado e retomar o relacionamento com
a filha, e consequentemente com o neto.
Amélie, então com 23 anos,
investe nesse sentido da vida, em promover uma vida melhor às pessoas que estão
ao seu redor. Dessa forma, ajuda a porteira do prédio, colegas de trabalho, o
vizinho pintor, entre outras tantas pessoas, por meio de pequenos gestos e
atitudes.
Como espectadora avalio que Amélie foi muito boa e rápida em mudar/melhorar a vida alheia, mas demorou muito para perceber que ela também merecia uma reviravolta e dar uma chance para encontrar o amor de sua vida e tal. Nada tão diferente da vida real. Afinal, é bem mais fácil enxergar possibilidades de mudança na vida do próximo, do que na própria.
Mesmo demorando a notar, Amélie aprende a melhorar e chacoalha os espectadores para despertarem e colocarem em prática o "clichezismo" tão acostumados a ouvir.
Mesmo demorando a notar, Amélie aprende a melhorar e chacoalha os espectadores para despertarem e colocarem em prática o "clichezismo" tão acostumados a ouvir.
"Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo."
Platão
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