Uma bolsa de franjas
A moça pedia
Queria externar seu sentimento livre
Elogiava e julgava roupas por lugares
Lugares por pessoas
Pessoas por bolsas
Uma bolsa de franjas
A moça queria
Pedia para ser ouvida pela sociedade
Escondia seus verdadeiros sentimentos
Atrás de uma bolsa, de uma roupa, de um cargo
Uma bolsa de franjas
Um cigarro aceso, cabelos coloridos e despenteados
Passarinhos nos ombros, voando com um corpo pelas vielas da cidade
Acompanhada, não mais presa
Livre para pensar, sonhar, viajar, estudar, Lutar!, comprar
Uma bolsa de franjas
Ela conseguiu
E hoje têm mais franjas que a bolsa
Mas nada do que é conquistado por meras vontades é eterno
Descascando, rachando, rasgando
E a bolsa tão sonhada se acaba
Como o sonho da moça
Que pedia e foi atendida
E percebeu que nem todo o topo
São flores, cores, bolsas de franjas
Compradas ao ignorar a simplicidade e discrição das outras.
Uma bolsa de couro
A moça pedia...
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