Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados apaixonados por música. Eles têm uma filha musicista que vive em outro país. Certo dia Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos que colocarão o seu amor em teste.
Como se não bastasse a melancolia
típica do domingo à noite, decidimos escolher um filme pra assistir. O título “Amour”
demonstrava o romantismo enquanto a sinopse dizia tratar-se de um drama. Na verdade,
a trama se desenvolvia em torno da vida de um casal de aposentados de família
de classe média alta, que morava em Paris. Ela antes professora de piano e ele
como acompanhante fiel e gentil eram perdidamente apaixonados, passavam o tempo
indo a concertos e apreciando a música clássica mesmo em casa, até o dia em que
Anne (esposa) teve um derrame.
A partir de então, Georges passa
a viver em função de cuidar da sua amada. Comprar cadeira de rodas automática,
preparar a comida, procurar por enfermeiras, dar explicações rotineiras sobre o
estado de saúde da esposa à sua família, ou melhor, à única filha. E dia após
dia, a situação piorava.
[Cresci ouvindo relatos de minha
mãe sobre os últimos dias da minha avó que também morreu devido a esse mal. E
no decorrer da trama entendi ainda mais sobre os problemas enfrentados pela
família acometida por essa doença].
Anne já não se movimentava e
passava os dias na cama, as palavras reduzidas a gritos monossilábicos durante
todo o dia, não queria comer nem beber, e somente a voz de Georges a acalmava.
Até que após mais um dia dessa forma, ela foi sufocada. Um travesseiro segurado
pelo amour a comprimia e te dava
poucos minutos de respiração. Sua perna se debatendo abaixo das cobertas
tentando se desvencilhar inutilmente. Ele resolveu dar fim àquela situação que
nenhum dos dois mais aguentava.
A tão polêmica eutanásia vista assim
de forma tão dura através de uma tela repleta de olhos atentos e alguns até
marejados por lágrimas. Fiquei triste pela morte cruel de Anne, assim como Georges
estava em vê-la viva naquela situação, e saí do cinema assim mergulhada em meus
pensamentos e ouvindo distante opiniões diversas sobre o amor definido pelo
título e o amor que o encerraria.
E a eutanásia continua polêmica
consumindo metade do mundo. Não temos o direito de tirar a
vida, mas podemos mantê-la sub-humana? Eis a questão. Para responder essa pergunta compartilho a citação abaixo:
"Como cristã aos olhos da fé, ninguém pode tirar a vida de outrem, por mais impossível que pareça. Deus é um Deus de impossíveis.Pensar no desistir pra facilitar a vida mesmo depois de anos e experiências é a saída mais lógica para a ciência e para alguém mais racional. Mas se Deus existe, sabemos que as situações também acontecem por assim serem, talvez por frutos, talvez pra ensinar, talvez pra provar, talvez. É como se um discípulo resolvesse dar um tiro em Jesus ao vê-lo passar por aquilo tudo sem poder fazer nada. Mas Jesus herdou a vida eterna assim como todos iremos herdar" (ASSUNÇÃO, Francielly)
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