Religião: "Conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais". A religião tem um importante papel na
construção do mundo e do indivíduo e apesar de ser algo existente no campo
psíquico, muitas vezes é estudada em números.
A
área é um dos temas abordados no Censo Demográfico que ocorre no Brasil a cada
10 anos. Na última pesquisa, em 2010, foi revelado que os brasileiros estão mudando
aos poucos, a hegemonia religiosa implantada no país desde 1500, por meio das
missões dos padres jesuítas e consequentemente, a catequização dos índios.
Os
dados revelam um crescimento de 61% do número de protestantes. Hoje, eles
representam 22,2% dos brasileiros, que significa 42,3 milhões de pessoas. Minha família contribuiu para essa estatística.
Desde
os meus sete anos, os domingos tiveram um significado diferente, afinal, os
encontros matinais próximos de casa, em que ficávamos duas horas em frente a
imagens de barro, vitrais coloridos e ouvindo ao longe a doce voz do padre que
nos fazia repousar nos braços da mãe, foram trocados por encontros mais
distantes, que íamos a pé, de ônibus ou carro, chovendo ou fazendo sol e,
aprendendo sobre personagens bíblicos de maneira lúdica nas denominadas
“escolinhas”.
Durante
todo esse período passamos por duas igrejas, fizemos amizades verdadeiras e
construímos um grupo fiel de chegados, que são companhias confirmadas em
almoços, passeios urbanos e até viagens mais longas. Por fazer parte da
construção do meu caráter e do meu círculo de amizades, considero a igreja, um
ambiente agradabilíssimo, onde é possível construir relacionamentos saudáveis,
por isso, me assustei tanto ao ler na capa de um livro “Por que você não quer
mais ir à Igreja?”, enquanto andava em uma grande loja de departamento.
Foram
200 páginas em uma semana e confesso que já estive em momentos melhores. Mas,
ao comprar aquele livro não imaginava o quanto ele me faria diferença. Dave
Coleman e Wayne Jacobsen (co-autor de A Cabana) me fizeram enxergar por outra ótica. Uma, que em
tantos anos, nunca havia me dado conta.
As
letras me envolveram e a cada capítulo me surpreendi mais com as verdades ali
mostradas e pelos exemplos percebi que, apesar do ambiente agradável e dos
inúmeros benefícios psicológicos e espirituais daqueles que se consideram
cristãos, eu também já tive motivos para querer sair.
E
a partir de então, percebe-se que os vitrais e a doce voz que faz dormir também
está presente em ambientes sem imagens de barro, nem padres. Afinal, quando se
enxerga a igreja como um local obrigatoriamente frequentado para diminuição da probabilidade de ir para o
inferno, e dentre outros motivos pelos quais os 45 milhões de brasileiros se
consideram protestantes, nos tornamos tão manipulados quanto os índios,
provando uma evolução zero, em 514 anos.
Tem muitas pessoas que se consideram cristãs, mas nem todas elas vivem a paz consequente do cristianismo, baseando suas vidas em doutrinas religiosas e não nos verdadeiros ensinamentos que nos livram de toda a culpa e maldade que envolve o mundo. Quando todos conseguirem sentir a presença de Deus dessa forma e se conscientizarem que cada um é a Igreja, o mundo será outro. Pelo menos, o seu próprio mundo e as pessoas a seu redor.
Fechei o livro, mas as considerações dele continuam presentes em mim, da mesma forma que a Bíblia deve existir em nós: viva, mesmo estando fechada.
Fechei o livro, mas as considerações dele continuam presentes em mim, da mesma forma que a Bíblia deve existir em nós: viva, mesmo estando fechada.
Boa
leitura!
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