Relatos de uma viagem ao nordeste

Praia de Maragogi

Não foi à toa que aceitamos ir à Recife em janeiro de 2013, além de ser um lugar novo, a cidade está repleta de lindas paisagens naturais. Ao lado de colegas, conhecemos a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, o BeiraMar Shopping e as praias de Pina e Boa Viagem. Degustamos o camarão, caranguejo, peixe agulha, medalhão e outros, comuns a Cuiabá. Ah, também nos perdemos no centro da cidade, nos desesperamos, até chegamos em um metrô e se não fosse uma policial e um motorista na estação de Barros, só chegaríamos na UFPE no dia seguinte. Aproveitamos também para andar em Olinda que também é de se admirar. O término de um dos eventos até aconteceu no Clube Português, famoso na cidade. [Olinda e Recife são como Cuiabá e Várzea Grande.]

Na universidade, o café da manhã era todinho, pão com mortadela e mussarela e uma fruta. O almoço era muito bom. Na janta, todos os universitários cantavam uma musiquinha de "Parapapá" ou "farofafá", por causa da deliciosa farofa de banana. Entrávamos na onda e as gargalhadas escapavam dos rostos. Cada um com uma cultura, um curso, um sotaque, um conhecimento incomum. As diferenças eram notórias e o aprendizado acontecia, inicialmente, de forma imperceptível.

Em um dos dias, fomos à Porto de Galinhas, outro lugar turístico de se encantar, foi onde, além de petiscos do mar, na euforia, comi cabeça de caranguejo pela primeira vez, depois descobri o porquê de não se comer isso.

Em outro dia, fomos à Maragogi, primeiramente pronunciada insistentemente por mim como Maguajori, o lugar é belíssimo, fiquei horas vislumbrando sua praia, Maria Jambo também ficou lá sentada olhando os iates, o mar, os pássaros. Com um clima excelente e águas alvissareiras, nada como mergulhar. Eu e Maria Jambo aproveitamos a galera do sul para contar "causos", almoçar à beira mar, jogar bola, conhecer as artes e os artesanatos regionais e tirar muitas fotos. Quase saímos com maresia de tanto beber água do mar. [rsrsrsrs]

Todos os dias éramos acordadas por um pessoal gritando os nomes dos estados dos universitários para que todos levantassem e se arrumassem para participar das Plenárias nos auditórios, assuntos ligados as lutas pelo direito, lutas motivadas por Hornestino Guimarães que, advindas do Conselho, envolviam reformas políticas e universitárias, ambas democráticas e favoráveis a sociedade pela educação. Além de participar do 14° CONEB (Conselho Nacional de Entidades de Base) e 8ª Bienal, à tarde íamos ao centro da cidade comprar lembrancinhas, comer algo diferente e conhecer alguns pontos turísticos. À noite, jogávamos uno e colocávamos em prática nossa leitura bíblica diária, leitura também de Sidney Sheldon e Jambo registrava tudo em seu valiosíssimo diário.
Na Bienal ganhei alguns prêmios na dama, até me recusaram a dar mais prêmio [kkkk]. No xadrez joguei com um rapaz muito legal e baiano que ao tentar uma revanche perdeu pela segunda vez pela mesma jogada de cheque pastor, no basquete mais premiações, já no golfe, errei todas. No fim do dia, ficávamos em uma faculdade privada sentadas, treinando o nosso inglês.

No ônibus, as horas pareciam não passar, paramos em todos os postos de gasolina possíveis. Maria Jambo estava sentada no único lugar com o cinto quebrado, o ar condicionado sem tampa, um banco que mal deitava e para nossa colaboração um elemento INSUPORTAVELMENTE IRRITANTE sentado à nossa frente, que não parava de falar coisas sem lógica. Como se costuma dizer... PAZ!

Fizemos guerra de travesseiro, conversamos sobre Dragon Ball Z, Yug Oh e, principalmente, mangá. Fiz até alguns truques a base de cálculos, em que todos se envolveram.

A paisagem da estrada era quase que uniforme, árvores, chuva, mato, vacas, mato, gado, árvores, casa, chuva, árvores, boi. Eu sempre ficava na terceira dimensão (dormia).

Uma mistura de euforia, um pouco de medo, felicidade e um toque de paz. Foi a primeira vez que ultrapassei as fronteiras de Mato Grosso.