Malandra Bola de Neve

"Acordada,

Olhando pela janela,

Mas até para ao espelho, vedada,

Mente sentinela.

Noite estrelada,

Grama molhada,

Face amarela.

Tão inofensiva e sem deixar sequela,

Inesperada, 

Deixada a rolar, aí está ela!

Malandra Bola de neve.

Como se livrar dela?"
                                        (Silva, F. A.)

Uma hora tudo o que deixamos para depois chega, arromba a nossa porta, se acumula em nossa vida, congela tudo e nos tira o sono. É uma obrigação, um exercício, uma conversa, uma palavra não dita que vão se pluralizando. Preciso fazer isso, preciso fazer aquilo, preciso terminar, preciso, preciso. O que antes se sabia como, agora mal se sabe por onde, e o depois traz o arrependimento da negligência ou preguiça de antes. Acredite, deixar para depois o que se pode fazer agora nunca será a melhor opção.

Abraçar o mundo não seria um problema se conseguisse segurá-lo, se conseguisse continuar em pé com tudo sem ser displicente, não só com os compromissos, mas também com o físico e o espiritual.

Não ultrapasse os limites estritos de seu corpo para a aquisição de fatores superficiais, porque as horas se tornam dias e os dias se tornam anos que nunca mais voltarão, não tendo em seu esforço como motivação o amor ou a perseverança, mas apenas insatisfação e desejos, resumindo sua vida em sua ganância não só por nunca parar de buscar algo além, de forma insensata, mas de nunca ao menos se sentir feliz ou se contentar e tentar viver com o que tem enquanto continua buscando o algo a mais apenas como complemento e não como necessidade da vida.


"Melhor é ter um punhado com tranquilidade do que dois punhados à custa de muito esforço e de correr atrás do vento."

Eclesiastes - 4:6